Você já percebeu que existe uma pressão para sermos "originais" enquanto ao mesmo tempo somos incentivados a seguir tendências e fórmulas que funcionam?
Esta contradição (ser original enquanto segue modelos) se manifesta como vergonha.
Você quer criar conteúdo.
Mas não quer criar QUALQUER conteúdo.
Quer criar conteúdo COMO fulano.
Mas você não pode simplesmente admitir que está criando por causa de fulano sem confessar ao mesmo tempo que seu desejo não é original e ser visto pela sua audiência como alguém sem autenticidade.
“Só vai lá e faz” não ajuda muito, né?
O recheio mais delicioso desse bolo de constrangimento é que você também sente vergonha DE SENTIR vergonha.
"Eu deveria ser confiante!"
"Por que me importo tanto com o que pensam?"
"Por que não consigo simplesmente criar e depois melhorar?"
Como uma boneca russa infernal, você esconde a vergonha dentro da vergonha de ter vergonha.
Seria tão menos doloroso entender a vergonha não como um problema, mas como uma característica do desejo humano e necessária para você ser honesto consigo mesmo.
Sem isso você não consegue nem fazer aquilo que você quer nem ter força para fazer aquilo que você precisa.
Porque não reconhecer a sua ambição e os seus modelos gera vergonha. Enquanto você não for capaz de admitir que fez tal coisa porque tal pessoa te incentivou a fazer e é muito grato por isso, você vai sentir vergonha.
A vergonha no fundo é só a experiência que sentimos quando um defeito pessoal que escondemos é descoberto.
O amor nos constrange porque ele nos aceita depois que tiramos nossas máscaras — e nossas roupas. Não precisamos mais esconder que precisamos do outro.
Explico melhor neste vídeo:
Excelente reflexão (e cutucão) 😅 Publiquei ontem minha segunda carta no Substack, próximo passo dar a largada no YouTube. Registrando aqui para te estimular a continuar também, me identifico demais com seu conteúdo e sempre estabeleço muitas conexões. Só a agradecer, Rafael 🙏🏼
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