Como eu tenho visto o uso de IA por aí numa escala de 0-5 entre os profissionais de escrita. No final, gostaria de saber qual tem sido a intensidade do uso de IA nos seus textos (eu não vou contar para ninguém, prometo):
IA0 = Nenhum uso de IA em nenhuma etapa, como faziam os Cro-Magnons até 2022 D.C. Poderia ser bom ou ruim, mas sempre tinha um RG para a gente processar.
IA1 = Aqui uma IA foi usada de uma maneira em que você sabia o que queria, mas precisava de opções rápidas, substituindo muitas vezes o uso de um dicionário.
Um prompt IA-1 poderia ser: “Meu querido e amado GPT, além de “vibe”, me apresenta 10 outras palavras que poderiam expressar um sentido similar. Pode ser em outras línguas”.
Um outro tipo aqui poderia ser para corrigir a gramática ou sintaxe de um texto também ou “gere um gráfico com base neste parágrafo”. Me parece que nesse grau você tem uma intenção clara do que precisa e poderia fazer sem IA.
IA2 = Aqui você usou a IA para ter ideias. Isso quer dizer que você já não sabia muito bem o que queria, mas precisava ter opções para rejeitar ou caminhos para seguir.
Costumávamos chamar isso de “falar sozinho em voz alta” ou “vou dar uma volta” ou “amanhã em cima da hora eu penso nisso”.
IA3 = Para mim, neste nível IA já pode ser considerada cocriadora (“Me dê palavras bonitas para usar no lugar de “cocriadora”).
Pode ser: “Me ajude a começar um texto cujo tema é x. Minhas teses e argumentos são estes.
Me dê um parágrafo introdutório curto” ou “termine esse texto” ou “reescreva e simplifique”. Não importa muito se você escreveu e pediu para a IA reescrever ou se ela escreveu e você reescreveu.
Os humanos Pré-2022 chamávamos isso de “viu, você pode dar uma olhadinha no meu texto? Essa parte aqui tá me incomodando”. Então a pessoa reescreveria para você e você colocaria uma nota de rodapé agradecendo se você quisesse manter a amizade.
IA4 = Nessa etapa o papel humano é de controle de qualidade. O texto foi gerado completamente por IA, mas você apenas aparou, verificou fontes, fez pequenas mudanças e botou seu nome nele. Chamávamos isso de “redator sênior” ou “chefe”.
IA5 = O seu único papel aqui foi dar o input. Podemos dizer que é 99% gerado por IA. Você apenas botou o prompt lá e colou na sua rede preferida. É o “slop”. O resíduo sintético, o cocô de bits, o resto indigesto que tem poluído as redes sociais.
Não é uma escala perfeita, mas foi escrita no estilo 2022.
Algo que me preocupa muito é: com o uso de IA e a demissão de estagiários e iniciantes, em quem vamos botar a culpa?
É uma questão administrativa das mais importantes.
Colocaremos a culpa na pessoa que comprou o pacote de promts e está colocada na pessoa que copiou e colou o mesmo sem a devida curadoria.
Acredito que hoje a IA possa servir ou de muleta para um processo de cocriação e aperfeiçoamento ou servirá como âncora.
No primeiro, você tem uma pessoa deliberativa que faz parte da criação e tração do movimento de escrever ou atuar com a IA.
No segundo, você terá um grupo de pessoas dependentes, sem capacidade criativa ou crítica para o desenvolvimento das próprias habilidades.
Depende do uso, para conteúdo, uso bastante o IA 3 e IA 4 a depender da complexidade do tema (claro que: antes teve todo um processo de refino do bot - os famosos "GPTs", e no meu caso os "Gems").
Agora, quando é algo mais complexo e exige mais qualidade - uma campanha, vsl ou ad - faço os usos "IA 1" e "IA 2", porque acredito que os resultados ficam bem melhores.
O IA 0 é só quando estou aprendendo algo novo, aí me desafio a masterizar essa habilidade sem depender da ia como muleta, uma vez que me sinto apto a executar bem a habilidade "sozinho", uso a IA para agilizar as parte mais mecânicas.
O IA 5 é só quando eu preciso de algo muito pontual e não tenho tempo para fazer os usos anteriores vide instruções de uso básico de ferramenta, e-mail, mensagem de whatsapp simples para enviar para equipe e etc.